10 de março de 2010

POESIA

Oh Pai! Anda cá abaixo ver isto!

Pai do céu que estás longe,
entrega o céu a Cristo,
disfarça-te aí de monge
vem cá abaixo ver isto.

A terra era tão querida,
estava muito bem feita,
mas tem sido destruída,
quase nada s'aproveita!

Tu nem fazes uma ideia
o quanto nos inquieta,
é demasiada areia
para a Tua camioneta!

Entregaste isto ao homem
e no homem confiaste,
a terra eles consomem
e Tu, Pai, bem te lixaste!

É ver o mar a subir,
a afundar-se o mundo,
é triste nosso provir,
inda vai tudo p’ro fundo!

O buraco do ozono,
as estações alteradas,
o inverno no outono,
as primaveras molhadas!

Não te metas em política
para que não fiques sujo,
nossa situação é crítica,
há aí cada sabujo!

Tudo é subsidiado,
quem paga é quem trabalha,
há quem tenha ordenado
e sem mexer uma palha!

O que já escavacaram,
o que falta desfazer,
nem as matas escaparam,
isto é tudo p’ra arder!

O mar está poluído
e o ar irrespirável,
se Tu não tomas sentido
que futuro miserável!

Os ricaços disfarçados
põem pilim na Suiça,
nem sequer são colectados,
olha qu'até vão à missa!

Se vieres não avises,
melhor vires pela surra,
verás muitos infelizes
e muita gentinha burra!

Vem com bastante firmeza
para o mundo corrigir,
ao veres esta tristeza
se calhar queres fugir!

(e aí é que vão ser elas!)


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